Os livros citados em Pessoas Normais (Sally Rooney) – e por que você deveria conhecê-los
📚 Os livros citados em Pessoas Normais (Sally Rooney) – e por que você deveria conhecê-los
O romance Pessoas Normais da escritora irlandesa Sally Rooney conquistou leitores no mundo todo com sua sensibilidade, diálogos intensos e retrato cru das emoções humanas. E se você, assim como muitos, ficou intrigado com as conversas inteligentes e referências literárias dos personagens Marianne e Connell, vai amar esta lista.
Reunimos aqui os livros que aparecem na trama de "Pessoas Normais" — e o mais interessante: todos dizem algo sobre os protagonistas e seus dilemas internos. Além de mergulhar em histórias impactantes, você ainda enriquece sua própria bagagem literária com clássicos da literatura contemporânea e universal.
💡 Curiosidade: Sally Rooney é formada em literatura inglesa e filosofia. Isso se reflete nas escolhas dos livros citados ao longo do romance.
1. Não Me Abandone Jamais, de Kazuo Ishiguro
Neste livro marcante do ganhador do Nobel de Literatura, acompanhamos Kathy H., uma cuidadora que relembra sua juventude em um internato aparentemente comum… mas que guarda um segredo sombrio: todos os alunos são clones criados para doar seus órgãos.
Apesar do enredo distópico, Ishiguro nos leva a refletir sobre existência, identidade e humanidade, temas que dialogam com os sentimentos de alienação e pertencimento vividos por Marianne e Connell.
📌 Curiosidade emocional: Ishiguro abandonou o Japão aos 5 anos e comentou em entrevistas como essa mudança precoce gerou um sentimento duradouro de “orfandade emocional” — um tema recorrente em sua escrita, especialmente em Não me abandone jamais
2. O Carnê Dourado (The Golden Notebook), de Doris Lessing
Um dos livros mais densos citados na história, escrito por uma das maiores autoras feministas do século 20. Aqui, Anna, alter ego de Doris Lessing, tenta dar sentido à sua vida dividida entre política, maternidade, amor, escrita e sanidade — tudo registrado em diferentes cadernos, que se unem simbolicamente no carnê dourado.
A complexidade da personagem e suas contradições remetem diretamente ao conflito interno de Marianne: a mulher forte e sensível, tentando equilibrar liberdade e fragilidade.
💡 Sabia que… Doris Lessing recusou dois títulos oferecidos pela monarquia britânica — um deles a famosa honraria de “Dama”, equivalente ao título de “Sir” para mulheres? Ela achava incoerente aceitar algo em nome de um império que, segundo suas palavras, já não existia. Anos depois, aos 88 anos, ela se tornou a pessoa mais velha a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura até então.
3. No Caminho de Swann, de Marcel Proust
Primeiro volume da monumental obra Em Busca do Tempo Perdido, de Proust. Este é um livro sobre memória, tempo e amor não correspondido — e se tornou símbolo da introspecção e refinamento cultural.
Connell, que frequentemente se sente deslocado, carrega uma cópia desse clássico francês — talvez tentando, como Proust, compreender sua própria identidade por meio das lembranças.
💡 Curiosidade: a famosa “madeleine de Proust” virou sinônimo de gatilho de memória afetiva, usada em estudos de neurociência até hoje. Pesquisadores usam esse exemplo clássico para ilustrar como gostos e cheiros podem despertar memórias emocionais profundamente enterradas, pois o olfato está diretamente conectado a áreas do cérebro associadas à emoção e à memória, como o hipocampo. (fonte)
4. Moll Flanders, de Daniel Defoe
Este clássico do século XVIII narra a vida cheia de altos e baixos de Moll Flanders, uma mulher que viveu como ladra, prostituta, esposa múltipla e imigrante nos Estados Unidos coloniais, terminando sua vida como penitente.
O livro é um retrato pioneiro da luta feminina pela sobrevivência e prosperidade em um mundo hostil, ressoando com a força e vulnerabilidade das personagens femininas em Pessoas Normais.
💡 Sabia que… Defoe foi um dos primeiros escritores ingleses a usar a autobiografia ficcional para explorar temas sociais e morais?
5. Emma, de Jane Austen
Emma Woodhouse é uma jovem rica e inteligente que gosta de manipular os romances alheios, sem muita vontade de casar-se. Austen usa humor e ironia para explorar as limitações sociais das mulheres no século XIX, tema presente na construção das personagens femininas de Rooney.
💡 Sabia que… Emma é um dos romances mais admirados por escritores contemporâneos? Muitos elogiam a forma como Jane Austen construiu uma protagonista cheia de nuances e usou a ironia para criticar, com sutileza, os costumes da sociedade inglesa do século 19.
6. All My Sons, de Arthur Miller
Este poderoso drama teatral explora culpa, responsabilidade e a corrupção moral durante a Segunda Guerra Mundial, temas que dialogam com as tensões familiares e sociais retratadas em Pessoas Normais.
💡 Curiosidade… Arthur Miller não foi apenas dramaturgo renomado por suas obras críticas sobre sociedade e moralidade, mas também foi casado com Marilyn Monroe entre 1956 e 1961. O casamento entre o intelectual recluso e a estrela de cinema rendeu manchetes na época e é lembrado até hoje.
7. Temples of Delight, de Barbara Trapido
Publicado em 1991, este romance acompanha a amizade complexa de duas alunas em um colégio feminino, trazendo temas de identidade, liberdade e transgressão que ecoam na relação de Marianne e Connell.
💡 Fique sabendo… Temples of Delight é amplamente elogiado por capturar o momento de descoberta emocional de personagens jovens. O San Francisco Chronicle chamou o livro de “engraçado, sábio e caloroso, cheio de charme e originalidade” e o Wall Street Journal destacou o humor seco de Trapido ao tratar das nuances sociais e do poder do amor. (fonte) Os fãs da autora também reconhecem o talento dela em criar protagonistas femininas autênticas e transformadoras .
8. Selected Poems, de Frank O’Hara
Connell presenteia Marianne com este livro de poemas, reunindo a obra do poeta americano conhecido por sua escrita vibrante e coloquial, que captura emoções cotidianas com grande profundidade.
💡 Curiosidade: Frank O’Hara foi um dos líderes da Escola de Nova York, movimento que trouxe um estilo inovador à poesia dos anos 1950 e 60 — misturando humor, cultura urbana, vínculos com artistas plásticos e mensalidade poética natural. Estilo valorizado até hoje
9. Da próxima vez, o fogo: Racismo nos EUA, de James Baldwin
A Companhia das Letras lançou uma nova edição desse livro em 2024! 🔗 Compre aqui
Essencial para entender as dinâmicas de raça, religião e identidade nos Estados Unidos, esta coletânea de ensaios de Baldwin é um dos livros de cabeceira do ex-presidente Barack Obama e um convite à reflexão sobre injustiças sociais — temas que dialogam com a crítica social presente em Pessoas Normais.
💡 Sabia que… James Baldwin não foi apenas um escritor brilhante, mas também um ativista genuíno pelos direitos civis? Ele viajava pelos EUA, falava em eventos do CORE, participou de debates públicos (como o famoso “Baldwin vs. Buckley” em Cambridge) e escreveu Da próxima vez, o fogo, um ensaio que muitos consideram fundamental para mobilizar apoio à causa racial.
Por que ler os livros citados em Pessoas Normais?
Essas leituras não foram escolhidas à toa por Sally Rooney. Elas revelam muito da vida intelectual e emocional dos protagonistas. Se você gostou de Pessoas Normais, mergulhar nessas obras é como continuar a jornada com Marianne e Connell, só que agora por outros pontos de vista.
💬 Dica de leitura complementar
Se você curte livros com discussões existenciais, intensidade emocional e personagens complexos, aqui vão outras sugestões que combinam perfeitamente com essa seleção:
🛒 Encontre todos os livros mencionados:
Você pode conferir a disponibilidade e preços atualizados clicando nos links abaixo:
-
📖 Emma
0 Comentários